A verdade é que foi na Fórmula 1 que se verificou a primeira grande desistência no desporto automóvel a nível internacional, com a chocante retirada da Honda do Mundial de Fórmula 1. Seguiram-se, depois, Subaru e Suzuki no Mundial de Ralis e agora, ao que tudo indica, a Kawasaki no MotoGP. Pelo meio, também a AUDI revelou que iria falhar a American Le Mans Series e a Le Mans Series.
Mas Bernie Ecclestone aproveitou a altura algo conturbada para colocar um pouco de água na fervura, ao afirmar que a F1 continua a ser o principal veículo publicitário para qualquer grande empresa e que a crise mundial não trará grandes dificuldades ao Mundial.
"É evidente que a crise financeira global afecta toda a gente, incluindo a industria automóvel. Mas não vai afectar a Fórmula 1 de forma séria", garantiu o Chefe Executivo da modalidade ao Press, um dos órgãos de comunicação sérvios, país no qual o britânico esteve nestes últimos dias, reconciliando-se com Slavica, a sua esposa.
Demonstrando a sua total confiança no futuro, Ecclestone garante que a próxima temporada vai ser um sucesso a nível de audiências: "Tanto quanto sei, os bilhetes para todas as corridas da próxima época já foram vendidos", afirmou, chegando mesmo a comparar a F1 com as cerimónias de abertura e de encerramento dos Jogos Olímpicos, as únicas a conseguirem a competir com a modalidade.
Acrescentou ainda que a publicidade na f1 "é simples: os grandes nomes que querem publicitar em todo o mundo percebem que a F1 é a maneira mais barata de o conseguirem", referindo também os dois "grandes acordos [já efectuados para este ano], um com a LG e outro com a DHL".
"Em Março deste ano o nosso Primeiro e os seus ministros da Economia e das Finanças também disseram que a crise internacional não nos ia afectar muito. Meses depois é ver os Bancos aflitos e as empresas a fechar. Na F1, logo no início de 2008 saiu a Super Aguri. Depois do final da época saiu a Honda. Foram tomadas medidas drásticas para outras equipas não seguirem o mesmo caminho. Os GP's de França e do Canadá não ocorrerão por motivos financeiros. O GP da Alemanha só dá prejuízo e sem apoio do Governo alemão, Hockenheim não renovará o contrato com a F1. Enquanto houver países "novos ricos" como Singapura, Bahrain e Abu Dabi a F1 terá corridas asseguradas. Mas esses países não têm solidez financeira e dependem dos investimentos e gastos dos outros países. A Europa sempre foi e sempre será a base estrutural da F1. Outros países, à excepção do Brasil, são efémeros. A crise existe e há que assumi-la. Há que a enfrentar. Se tentarmos fugir dela, irá nos apanhar desprevenidos e as consequências serão bem piores."
Comentário de nunoloule, em Autosport.pt
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