Água mole em terra dura, tanto bate até que fura. Mais uma afirmação popular que descreve na perfeição como foi o fim-de-semana de Mark Webber na Alemanha. O australiano tornou-se no primeiro piloto do seu país a ganhar uma corrida desde Alan Jones, tornando-se o piloto que mais tempo levou a ganhar uma corrida de F1. Nem dois toques (um em Barrichello e outro em Hamilton) na primeira curva, nem um drive-through penalty, nem a perda de uma pequena deriva do RB5 impediram-no de ganhar a sua primeira corrida, mesmo nas "barbas" do seu companheiro no seu terreno caseiro. Vettel perdeu a corrida ao ficar atrás dos carros com KERS, tal como no Barhain. Outra equipa que também está a dar cartas nesta fase do mundial é a Renault, que tem como objectivo chegar a terceira força do mundial até ao fim do ano. Pelo menos, vão no caminho certo: Piquet conseguiu chegar à Q3, mas na corrida não foi tão impressionante; Alonso, esse sim, impressionou tudo e todos com uma performance que lhe valeu dois preciosos pontos, e a volta mais rápida da corrida (primeira desde Itália 2007). O espanhol foi ao ponto de afirmar que espera uma vitória ainda este ano...
Enquanto a Red Bull é só sorrisos, a Brawn parece ter um verdadeiro "berbicache" entre mãos. Isto na sequência de umas palavras muito amargas de Rubinho para a equipa no final. O brasileiro não gostou de ter perdido a corrida, e mais importante, de ter ficado atrás do seu companheiro quando na primeira curva estava em primeiro. Por mais que Ross Brawn diga que só não ganhou devido ao seu fraco andamento (apenas 11ª melhor volta), a verdade é que a estratégia de três paragens apenas se aplicaria se chovesse, portanto quando se tornou óbvio que não ia acontecer, a equipa deveria ter mudado para apenas duas. Estou a ver Espanha de novo nos horizontes... Já Button precisa de começar a melhorar o ritmo, pois nova corrida fora do pódio diminui-lhe ainda mais o terreno disponível no campeonato, ainda por cima, já nem tem Barrichello como escudo...
Enquanto os habituais desta época lutam por posições de topo, seguem-se os episódios pela luta para terceira força deste mundial. Ferrari e Williams estão a começar a recuperar algum do terreno perdido, com Massa a dar à equipa o seu segundo pódio da época num claro exemplo do desenvolvimento que o F60 está a ter. Isto coloca um dilema na Ferrari que não sabe se deve continuar a desenvolver o carro deste ano, ou se concentra os seus esforços no de 2010. Enquanto isso, na Williams a decisão de abandonar qualquer possibilidade de KERS está a dar os seus frutos com os resultados imediatos. Nico Rosberg partiu de 15º, mas uma excelente estratégia, mesmo assim condicionada devido a uma falha no sistema de combustível que o obrigou a andar com gasolina para mais 15 voltas (0,5s por volta a mais), conseguiu chegar em quarto! Nakajima ainda deu boas indicações, mas não passaram disso... A BMW (que será a nova equipa de Rosberg para o próximo ano) tem dado um fraco material aos seus pilotos e anda pelas ruas da amargura, arrastando-se pelo pelotão sem glória alguma...
Chegamos agora às equipas que saíram de mãos a abanar do Nurburgring, começando pela McLaren. Parece estranho dizermos isto de uma equipa que conseguiu finalmente pontuar após cinco corridas, mas o ponto de Kovalainen soube a pouco, pois o finlandês não é especialmente dotado e pontuou, aonde teria ido Hamilton se o azar não lhe tivesse batido à porta? A Toyota ainda pareceu ter capacidade para pontuar, mas uma troca da asa da frente para Trulli, e uma péssima qualificação para Glock arruinaram tudo. Mesmo assim, o alemão ainda chegou à beirinha dos pontos graças a uma boa estratégia. Enquanto, a Toro Rosso se afunda pelo grid abaixo, com Bourdais muito isolado da equipa neste seu último GP na F1; a Force India continua a impressionar com Sutil a qualificar-se bem, mas quando se defendia de Raikkonen não calculou bem as consequências e arruinou a corrida, cabendo por isso a Fisichella mostrar o verdadeiro valor dos carros indianos.
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